quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O jornalismo destruidor

Na estruturação de uma notícia, o jornalista se sente o “todo-poderoso”. A ética do jornalismo diz que, o que deve ser repassado ao público é a verdade, mas isso pode, muitas vezes, não acontecer.

No momento em que o repórter transmite a informação, é inevitável que o seu ponto-de-vista esteja retratado durante a matéria. Com certeza ele estará subentendido em meio ao texto, não sendo permitido, porém, a deturpação das informações. É necessário que o jornalista busque fontes que analisem todos os lados do acontecimento, fazendo com que o resultado final de sua matéria seja o mais fiel e imparcial possível. Porém, temos que deixar claro que a total imparcialidade do profissional é algo que se torna impossível devido à sua experiência de vida, seus credos, etc.

Muitos profissionais, no entanto, distorcem as informações ou, nem mesmo, buscam apurá-la para constatar se esta é verdadeira. Com isso, acabam narrando fatos incompletos e, até mesmo, inverídicos. Eles se vêem no direito de tornar histórias que não chamariam tanta atenção em histórias “boas e interessantes” para o consumidor daquela notícia. Tudo, para venderem mais ou aumentarem sua audiência.

O jornalista sempre corre o risco de sentir-se um deus, pois ao lidar com um fato, pode acabar por julgar ou tirar conclusões infundadas acerca dele. Muitas vezes, essas atitudes anti-éticas acabam atrapalhando ou destruindo a vida de pessoas inocentes.

Um caso muito conhecido no Brasil foi o da Escola Base em São Paulo. Que, em 1994, a mídia começou a propagar que as crianças que ali estudavam estariam sendo abusadas sexualmente. Isso levou ao fechamento da Escola e a completa decadência dos proprietários do estabelecimento. Ao final, o inquérito policial foi finalizado por falta de provas, ou seja, as acusações eram infundadas. Em 2002, o STJ declarou a indenização que o Estado de São Paulo teria que dar a cada um dos três proprietários: R$660 mil. Mas essa sentença não é suficiente para refazer a vida dessas pessoas, massacradas moralmente.
Não são todos os profissionais que seguem a risca a ética jornalística. Alguns não se importam em pisar em outras pessoas, contanto que se tornem conhecidos. É preciso apurar os fatos e publicar somente a verdade, para que a curto ou longo prazo todos possam ganhar com o trabalho dos jornalistas: eles próprios, pois serão reconhecidos por sua ética; os consumidores da notícia, pois não serão enganados e os personagens do fato em questão, pois não terão suas vidas retratadas de maneira mentirosa.

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