quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Como crianças dependentes do Pai, mas como adultos maduros na fé

Devemos ser como crianças diante de Deus. Segundo Jesus, devemos ser como crianças, senão não herdaremos o reino dos céus (Mt 18:3 / Mc 10:15) e que é das crianças o reino dos céus (Mt 19:14). Já, o apóstolo Paulo, em I Co 14:20, diz que devemos ser como meninos na malícia, mas adultos no entendimento. O salmista disse em Sl 131:1-3 que era como uma criança desmamada no colo da mãe.
Pense em como é uma criança. Elas são despreocupadas com o mundo ao redor, pois são totalmente dependentes dos pais ou dos responsáveis. “Responsáveis”. Esse termo se refere a quem toma conta de uma criança. Caso não sejam os pais, podem ser os tios, avós, ou alguém a que lhe foi destinado esse direito. Quem é nosso Pai? Quem é responsável por nós? É Deus... Ele é nosso Pai, a partir do momento que recebemos Jesus como nosso Senhor e Salvador. (Rm 8:14-17). Perceba que fomos adotados como filhos de Deus e é o próprio Espírito Santo que testifica isso dentro de nós. O que é o Espírito Santo? Ele é a própria vida de Deus. Era quem guiava Jesus e é quem nos guia. Se Ele é a vida de Deus e essa vida habita dentro de nós, temos o mesmo DNA de Deus agora. Ele é agora é nosso Pai! Temos o mesmo caráter Dele. O mesmo jeito de andar, de falar, de ser.
Qual é o papel de um Pai? É alimentar, cuidar, guiar, educar seu filho. Qual é o comportamento de uma criança? Ser dependente do Pai. Ainda que queira sua independência, existem coisas que a criança ainda não consegue fazer sozinha. Ela depende do Pai. O que acontece com uma criança que cresce independente? Que precisa, por circunstâncias da vida, se tornar independente antes da hora? Ela cresce desvirtuada, com feridas na alma, pula etapas de seu crescimento e se torna um adulto problemático.
A criança não tem malícia. Ela confia nos pais ou nos responsáveis. De acordo com estudos, as crianças são mais inteligentes do que pensamos. Elas percebem o mundo muito bem. O apóstolo Paulo fala para sermos meninos na malícia e adultos no entendimento. Mas, o que ele quis dizer com isso? Devemos ser dependentes, tratáveis, no entanto, temos que discernir o certo e o errado, o que é de Deus e o que não é colocarmos em prática os ensinos que recebemos do Pai. O caráter de um adulto é aquele que foi formado durante a educação em sua infância.
A infância é o momento de a criança aprender, ser educada. Não adianta querer ensinar um adulto de quarenta anos o que ele não conseguiu aprender na infância. Entenda que coloquei “o que ele não conseguiu aprender”. Exemplo: se matriculamos um menino de sete anos em uma aula de língua estrangeira e ele estudou durante cinco anos e não conseguiu absorver absolutamente nada durante esse período de formação, se ele tiver 40 anos esse processo será mais fácil? Claro que não! A infância é o período de formação de caráter, a criança é um ser tratável, absorve o que é ensinado.
Porque temos tantos crentes carnais? Porque eles não souberam ainda o tempo de crescer em Cristo Jesus. O mesmo Paulo que falou para a igreja de Corinto que eles fossem como criança na malícia exortou-os que não poderia falar-lhes como espirituais e sim como a carnais e os comparou a crianças(I Co 3:01). Nesse sentido, ele se referia ao alimento. Você imagina um adulto se sustentando com leite e “papinha” todos os dias? Não! Adultos precisam de alimentos sólidos. Mas para ingerirmos alimentos sólidos, precisamos ter nossa estrutura formada. Dentes e organismo fortes. E isso é algo gradual. Ninguém passa do leite materno direto para a picanha. Mas passa do leite para as frutas, para a “papinha”, para o arroz e feijão, até poder mastigar e digerir uma carne.
Somos seres espirituais, temos uma alma e habitamos em um corpo. Devemos ser crianças em nossa vida física e em nosso intelecto, porém, nossa vida espiritual deve crescer gradualmente até a maturidade. Devemos ser dependentes de Deus em todas as áreas da nossa vida, devemos ser guiados por Deus em tudo e entregarmos nossas vidas para Ele. No entanto, só teremos a revelação da Palavra e de como prosseguir em tudo, de como ouvir a voz do Espírito e como usufruir dos dons do Espírito quando crescemos espiritualmente.
Qual é a sensação de um recém-convertido? É a busca pelo conhecimento, ele sempre sabe que tem mais para aprender e assim, começa a crescer em conhecimento. Entretanto, muitos param antes da maturidade. Acham que um pouco de conhecimento é suficiente. Você já viu um adulto com mentalidade de criança? Não é algo natural. É estranho. Sabemos que tem algo errado, pois ele não vai age como deveria. Ele deveria trabalhar, ajudar outras pessoas, gerar filhos, educá-los, mas não tem essa capacidade. Não consegue, e se o faz, não é com excelência e será de forma errada.
Agora imagine um mundo só de crianças. De várias idades. Desde as mais novas, até as mais velhas. Por mais que as mais velhas tentem cuidar das mais novas, elas não vão conseguir fazê-lo corretamente. Elas não cresceram. Não aprenderam tudo que deveriam aprender. Seu caráter ainda não foi formado. E as crianças que crescerem com elas, terão seus conhecimentos limitados.
Assim está a igreja hoje. Uma multidão de crianças cuidando de bebês. As crianças não crescem e são poucos os adultos. Digo isso em relação às vidas espirituais e conhecimento da Palavra, pois em suas vidas intelectuais e físicas, são como adultos, totalmente independentes de Deus e do Espírito Santo. E, por isso, vivem perdidos, tentando realizar as coisas com seus próprios braços, sem ao menos conhecer a vontade do Pai.
O mundo não dá credibilidade às palavras de uma criança. Acham bonitinho, engraçadinho, mas não dão credibilidade. Elas não são maduras o suficiente para ensinar-lhes algo. O mundo respeita os mais velhos, os maduros, pois eles adquiriram experiência e sabedoria no decorrer de seu caminho.
Um pai dá todo o carinho necessário e supre todas as necessidades de um filho dependente. Mas, um filho que quer ser independente, que faz as coisas que quer do jeito que quer e sai de casa para viver a vida do seu próprio jeito, o pai não pode fazer nada. Por mais que queira, foge de suas possibilidades.
Que a Igreja de hoje possa ser como criança livre nos braços do Pai, dependente de Seu carinho e de suas mãos, porém, queira crescer em conhecimento da Palavra de Deus, para serem adultos capazes de gerar novos filhos cheios da vida do Pai. Que sejamos uma geração tão dependente de Deus quanto madura na Palavra.

Por Clarissa Ramos
14/10/2009

Um comentário:

edilberto disse...

lindo blog pareabéns por se detica ao estudo da palavra