quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Pirataria é crime!?

Quando vemos a quantidade de camelôs vendendo produtos piratas nas ruas, podemos parar para pensar que as autoridades devem combater o fato, afinal, é crime. Deve ou não deve? Pensamos isso ou não? Porque aqueles que adquirem seus CDs e DVDs são cúmplices dos que vendem.

O assunto tem sido amplamente discutido, pois engloba diversos fatores. Um deles é de que, muitas das obras comercializadas não foram nem ao menos lançadas publicamente. Um caso recente e que chama a atenção é o filme Tropa de Elite. O filme foi divulgado bem antes de ser lançado e já foi visto por milhares de pessoas, mesmo que incompleto, pois os produtores dizem ter gasto R$1 milhão a mais para finalizar a obra. Em Juiz de Fora é recorde de vendas. Em uma única semana, um dos camelôs disse ao site Acessa.com ter vendido mais de 150 cópias.

Mas, combater a pirataria pode ser muito mais do que apreender as cópias nas ruas e incinerá-las. Até mesmo por que, dias depois, lá estarão as mesmas pessoas vendendo os mesmos filmes e outros ainda. Combater a pirataria vai além dos comerciais (agora difundidos nos traillers de DVDs alugados) e apelos de que a prática é crime. É ir além da educação do povo. Ela envolve os preços dos itens. Como um CD que custa, em torno, de R$ 20 nas lojas pode competir com os falsificados, que custam, em média, R$ 5? E o que falar dos DVDs?

Nesse caso, os preços não são a única vantagem. Com a internet, podem-se assistir filmes que só foram lançados no exterior. E parece que ninguém liga para a qualidade da imagem ou do som. Alguém já assistiu a um filme pirata em que se vê, nitidamente, uma pessoa levantando um pouco mais a frente? Esses são os piores. Foram adquiridos com uma câmera escondida dentro da sala de cinema e, infelizmente, imprevistos acontecem. Existem os que são baixados da Internet, de “melhor qualidade”. Se levantássemos aqui a questão de preço, teríamos o mesmo problema dos CDs. Como competir com o cinema que custa R$ 10 se, além de ter o filme em casa pela metade do preço, ainda pode-se assistir antes de ir para a telona?Caímos sempre no mesmo ponto. Parece que produtos piratas são vantagem. O que parece importar é tê-lo antes de todos e mais barato. Mas como será o futuro das gravadoras e produtoras? Elas precisam entender que a realidade mudou e transformar suas estratégias de vendas. Não podemos dizer, também, que a culpa é somente delas. Os impostos do governo acabam por serem revertidos ao consumidor, que troca a qualidade pelo que lhe é, realmente, acessível. Com tantos culpados e sem estratégias eficientes para reverter a situação, o que fazer? Em momentos como esse, o que resta fazer é ter criatividade.

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