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quinta-feira, 21 de março de 2019

O poder da autoestima (parte 2)

Ame a si mesmo! O poder do amor próprio

E quem disse que a gente não faz carão? Foto: @photo.samuel_
Aquela máxima, vale para todos os momentos da vida: "Ame a si mesmo, faça por você!" 
Sabe quando Jesus disse: "Ame ao próximo como a ti mesmo"? Pois é! Para poder transmitir conhecimento não é preciso adquiri-lo antes, o amor também é assim. Como amar outros, se não amamos a nós mesmos? 

A partir do momento que você não se ama, você passa a aceitar qualquer coisa. Qualquer migalha é capaz de suprir a sua fome por amor. A baixa autoestima reflete em tudo na nossa vida. Reflete nos nossos sentimentos, comportamentos e afetos. Aquele carinha vai chegar em você e, por você achar que não é capaz de conseguir coisa melhor, você vai submeter, a qualquer coisa, de qualquer jeito. 



Vai deixar seus sonhos e projetos de lado e viver os sonhos e projetos daquela pessoa. E, não necessariamente, você estará inclusa(o) ou a pessoa perguntará se é do seu interesse. 

Não amar a si mesmo é perigoso. É perigoso e solitário, pois nada, nunca será suficiente para suprir as expectativas que criamos. Ficamos dependentes do outro para tudo, pois não queremos nem mesmo a nossa companhia. Ou então, o contrário. Ficamos sempre sozinhos, pois achamos que não somos agradáveis às pessoas.

Amar a si mesmo é não depender do amor do outro. Dependa somente Daquele que pode te amar acima de todas as coisas. E quando passamos a amar a nós mesmos, transbordamos isso e exalamos o amor! As pessoas sentem e aí podemos ser amados como merecemos. 



quinta-feira, 2 de agosto de 2018

“Anne with an E”: seriado ou obra-prima?


Confesso que desde que encontrei “When Calls the Heart” nos “porões” da Netflix, estou apaixonada por seriados do tipo. Assim como a citada anteriormente, “Anne with an E” é uma série canadense e que se passa num período do início de 1900 lá no interior do Canadá, o que indica uma fotografia belíssima. Mas vamos lá falar sobre “Anne…”.


É claro que a Netflix iria me indicar. A Netflix me entende! hahahahha Concorda? Eu amo séries de época. E, não somente isso. É uma produção lindíssima, com uma história profunda e uma “pegada” super inocente. É para toda família! A série é baseada no livro “Anne de Green Gables”, de Lucy Maud Montgomery (1908), adaptado por Moira Walley-Beckett, produzida originalmente pelo canal canadense CBC e distribuída pela Netflix.


“Anne” me lembra muito a história do livro “Pollyana”, de Eleanor H. Porter, de 1913, com a menina órfã que via o lado bom de todas as coisas, com seu “Jogo do Contente”. Anne veio antes, mas é bem parecida com Pollyana. Ambas são órfãs, muito alegres e cheias de vida.

Lembrei de vir escrever sobre a série, pois li notícias sobre o possível cancelamento. Não acho justo! hehehehe (como se minha opinião fosse fazer uma grande diferença para impedir, né? rs)



Uma menina com muita imaginação. Esta é Anne Shirley, que chega por acaso na fazenda Green Gables. O casal de irmãos esperava um menino para ajudar nos trabalhos da propriedade, mas não tiveram coragem de devolver a órfã e receberam a menina, com um perfil completamente diferente de tudo o que tinham imaginado. A garotinha ruiva, de longas tranças e olhos azuis é interpretada por Amybeth McNulty, uma atriz com pouca idade e muito talento.



A história é temperada por lindas paisagens e figurinos, uma obra-prima! Além disso, a história é envolvente, as atuações são excepcionais e abordam assuntos importantes, tais como o amor de família, a amizade pura entre crianças, o preconceito, entre outras. “Anne with an E” possui duas temporadas disponíveis na Netflix. Vale a pena dizer também que existe uma grande evolução entre a primeira e a segunda temporada, uma evolução na história e na densidade dos temas desenvolvidos. A segunda temporada aprofunda assuntos como bullying, racismo, primeiro amor, puberdade etc. Personagens entram e alguns saem.


A sensibilidade em todos os sentidos desta produção é apaixonante. Uma série com história envolvente e, ao mesmo tempo, inocente, mesmo quando aborda temas complexos. “Anne with an E” é um seriado que vale a pena assistir e decidir se é uma simples série ou uma obra-prima. Assiste lá e depois vem me contar o que achou!




Fonte: Google Imagens, guiadanetflix.com.br e mixdeseries.com.br

domingo, 22 de julho de 2018

O tempo mostra suas marcas na pele






Fui tirar uma selfie de manhã, sem pele preparada, ou seja, sem base, sem corretivo
e nada que disfarçasse as imperfeições da pele. 
É assim que ando todos os dias. Pele limpa, hidratada, mas livre de produtos corretivos. 
Passo rímel, corrijo a sobrancelha e, quando tô a fim, passo um batom. A selfie de hoje foi
justamente por causa do batom. Comprei um rosa choque recentemente e estou usando
durante o dia (rsss…) Super discreto, sabe?

Então, quando fui conferir a foto, levei um susto. Como a minha pele está cheia de marcas. 
Vários pontinhos que não existiam anos atrás. Muitas marcas que surgiram com o tempo,
com o sol, com os produtos, com as espinhas (que nunca resisto e espremo mesmo).
Fiquei realmente espantada. Talvez porque nos olhamos muito rapidamente na correria
do dia a dia. Talvez porque quando vou maquiar, me preocupo em cobrir, mas não presto
atenção que elas estão lá. Talvez porque são tantos os filtros que nos são oferecidos nas
redes sociais, que já sabemos que elas não irão aparecer.

Mas, nem sempre as marcas significam algo feio. Não sei se é uma questão psicológica,
mas passei a reparar rugas nos meus olhos, que eram mais fáceis de maquiar.
O corpo vai mudando, e não é só o rosto.
Mas tudo muda, não? Até mesmo objetos “envelhecem”. 
O processo de envelhecimento pode ser retardado com produtos e cuidados, mas nunca,
interrompido. 
As marcas estão lá para nos mostrar que o tempo passou. E isto não é algo ruim.
O tempo passou e ele é um professor que nos ensina.

Podemos analisar cada marca como um aprendizado, como uma experiência. 
As marcas no rosto mostram o quanto ficamos no sol. As marcas no corpo mostram os
momentos que vivemos. Uma marca de cesária mostra que você deu a luz à uma nova vida. 
Uma cicatriz de operação mostra que você sobreviveu. No meu caso, tenho cicatrizes nas
pernas, por causa de quedas de bicicleta, e um buraco na testa, por cair de uma árvore.
Elas indicam que eu tive uma bela infância. Cada marca tem um motivo especial,
bom ou ruim, mas que indicam como nos tornamos o que somos hoje.

Olhe suas marcas com carinho. Olhe seu corpo com amor.
Você está vivo e as marcas indicam o quanto já viveu. 
Seu corpo é um presente, que guarda um grande tesouro: você!

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Amizade na vida real





Falar de amizade pra mim talvez seja uma das coisas mais complexas e difíceis. Já vivi tantos problemas em relação a amizade que é difícil até contabilizar. Foram traições, fofocas, falsidades... eu deveria desacreditar da amizade. Hoje sou bem mais solitária do que já fui um dia. Seleciono e sei diferenciar o amigo de um colega.

Tento fazer amizades, mas não fico me torturando para mantê-las. Bons amigos não vão embora. Podem se afastar, mas quando estão perto, é como se nunca tivessem ido. Bons amigos sabem elogiar, mas sabem criticar. Amizade é uma troca.

É bem diferente do que vivemos com as redes sociais atualmente, onde tudo é foto e alegria, mas na vida real, nos falta companhia. Temos milhares de amigos nas redes sociais na internet e vivemos sozinhos fisicamente. E aí, surge a reflexão que gera a poesia.


Amizade é aquele relacionamento de troca.
Momentos bons, momentos ruins, mas que são sempre de troca.
Amizade não suga o outro.
Amizade sustenta.


Amizade, um ouve,
E quando o outro precisa,
O outro ouve.

É troca
É parceria
É convivência.
É crescimento.


Amizade é necessidade
Necessidade de ter alguém
Pra ouvir e ser ouvido
Pra falar sério e pra brincar
Pra rir e pra chorar.


Amizade é troca.
Troca de piadas.
Troca de perdão.
Troca de carinho.
Troca de oração.


Amizade alimenta a alma
E satisfaz o coração.



Poesia by me! Clarissa Ramos

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Breve reflexão sobre o nascimento do machismo

Do Google

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.” Pv 22:6

Eu não sou de discutir assuntos polêmicos nas redes sociais. Não me sinto expert em nada e não quero entrar em discussões desnecessárias ou perder amigos por coisas ou pessoas que não valem a pena. Mas algo aconteceu, me marcou e terei que comentar sobre o assunto.




Estava eu em um lugar, ambiente de trabalho, assistindo uma partida de futebol. Tinham dois meninos (mais de 20 anos) e mais dois meninos crianças (8 e 9 anos) e eu, que estava ali a trabalho, mas curtindo a partida, porque eu também gosto de esportes. Certo momento, eu levante, peguei um batom, voltei pra pra assistir a partida, passando o batom. O menino de 8 anos olhou pra mim e falou: "Tia, para de passar batom, aqui é coisa de homem." Eu não acreditei no que estava ouvindo. Eu ri no momento, pois era uma criança. Mas aquilo me marcou profundamente.

Depois fiquei refletindo sobre o que será desse menino quando ficar mais velho. Não, eu não estou de mimimi, pois o resto do tempo que passei com ele foram vários maus comportamentos. Comportamentos que mostravam uma criança mimada, que acha que todo mundo é "funcionário" dele e tem aquela visão tradicional de "coisas de menino" e "coisas de menina" e extremamente competitivo. É óbvio que aprendeu isso com os adultos com os quais convive.

É um menininho lindo, mas tenho medo do adulto que poderá se tornar se continuar sendo educado dessa forma. E porque eu vim comentar isso? Justamente para falar que o machista de hoje, foi a criança mal educada de ontem. O ambiente que crescemos, forma o nosso caráter.

Que visão que a criança teve do pai tratando a mãe, por exemplo? Quais são as respostas oferecidas para as perguntas dessas crianças... Esta situação me levou à reflexão. Achamos que as coisas que vem das crianças "espertinhas" são "fofas" e não pensamos no futuro. Mas o futuro pode se tornar bem perigoso.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Recambiamento de um morador de rua empoderado

O dia em que o levamos de volta pra casa

*Algumas informações e nomes não foram colocados para preservar a identidade dos participantes, mas a história é real. O personagem principal é "aquele senhor". 

Enquanto nós do comboio que o levava estávamos apreensivo, aquele senhor dormia no carro e escolhia onde iríamos parar para lanchar.


Era uma quinta-feira e eu já sabia o que seria do meu dia. Estávamos na segunda tentativa de recambiar um morador de rua que se tornou personagem quase folclórico na cidade. Era uma terça-feira de julho, depois de um mês de planejamento, ele (o nome mais falado na os últimos tempos, que não vou colocar aqui para proteger a identidade) nos avisou que não viajaria aquele dia. Afinal, tinha pago banho e tosa para os três cachorros e agendado para o dia seguinte. Do bolso, lotado de papéis, entre notas, cartões de visita e anotações, nos apresentou a nota fiscal da loja: R$100, que iriam deixar seus animais prontos para a viagem. Os cachorros não poderiam viajar sujos como estavam. Sendo assim, buscamos uma conciliação para remarcar a data. Ficou agendado para dali há dois dias. Quinta-feira aquele senhor voltaria para sua cidade natal.

De pele morena, touca de lã e casaco verdes, sempre acompanhado por seus cachorros, aquele homem em situação de rua já havia aparecido diversas vezes nas redes sociais de notícias da cidade e em nossos e-mails institucionais. Ele dividia opiniões. Seu perfil acumulador gerava incômodo aos que passavam pelo coração da cidade. Meses antes, aparecera em um lugar onde milhares de pessoas transitam todos os dias, bem no centro da cidade. Se moradores de rua tendem a serem invisíveis, este senhor não era um deles. Ele se tornava um outro personagem da cidade, assim como são o “Tio do Apito” e a “Tia da Buchinha”. No entanto, ele decidiu ficar. Permaneceu naquele lugar e todos os dias acumulava suas coisas e espalhava lixo pelas pedras portuguesas do calçadão. Dois cachorros se tornaram três. E ele continuava ali, conversando com quem passava, dando comida aos pombos e cuidando dos seus companheiros de quatro patas. Os cães eram seus protetores.

As opiniões eram diversas. Existiam aqueles cidadãos que se sentiam extremamente incomodados com aquela figura no meio do caminho. Existiam aqueles que o ajudavam, com cobertores, colchões, roupas e comida. E existiam, principalmente, aqueles que se comoviam com o amor daquele senhor por seus cachorros. Este era o maior empecilho para o recambiamento daquele senhor. Enquanto os migrantes recebem passagens de ônibus para voltarem para suas cidades, ele não iria se não fosse com seus cachorros. Em uma das abordagens, perguntou ao abordador, taxista nos horários de folga, o profissional da Abordagem em quem tinha mais confiança: “Você me levaria para minha cidade em seu táxi?” O abordador respondeu que levaria, mas que os cachorros não poderiam ir no carro. A equipe viu nesse desejo, a oportunidade de tirar aquele senhor daquela situação.

O homem é aposentado, possui renda, família e uma casa em outra cidade do interior de Minas. Todavia, prefere morar na rua nesta cidade, que é maior. Morar nas ruas, acumulando  e espalhando muitas coisas nos lugares onde decidiu permanecer. Todos são livres para ir, vir ou permanecer, só não podem atrapalhar as vias. A realidade de muitos que vivem nas ruas é a quebra do vínculo familiar e os vícios em álcool ou outras drogas, que são os motivos que tiram centenas, talvez até milhares de pessoas de seus lares, mundo afora. A visão de alguém que dorme ao relento, sem higiene, sem o conforto de uma cama e o calor de um cobertor, é algo que incomoda a maioria das pessoas. E é claro, o senhor em questão, faz parte dessa estatística. Desnecessariamente, escolheu viver assim.

A partir da menção à cidade natal, iniciou-se um processo diferente nas abordagens: o de convencimento para que aquele senhor voltasse para casa. Depois de diversas tentativas, ele decidiu aceitar, já que seus cachorros seriam levados também. Carro e equipe do Canil Municipal seriam parceiros nessa jornada. Aqueles cães e seu dono eram personagens do dia a dia da cidade. Tudo precisava ser feito com detalhes e muito cuidado.

No primeiro dia marcado, ele se recusou a ir. Frustração foi o nosso sentimento. A expectativa daquela viagem era grande para todos os envolvidos. Afinal, aquele senhor recusava todo tipo de ajuda. Com pressão alta e problemas relacionados ao uso abusivo de bebida alcoolica, não aceitava o tratamento recomendado. Ele fazia o que queria, da maneira que bem entendia. Não adiantava exigir nada. A viagem havia sido marcada para quase um mês depois, por causa disso.

De acordo com ele, precisava de um exame de vista para poder voltar a dirigir. Exame este, que foi marcado e ele compareceu à consulta. Quando cheguei ao local marcado para a viagem, na primeira vez, ele reclamava do médico, pois não tinha sido o resultado que esperava: “as aparências enganam. O médico me ‘deu pau’ no exame porque vivo na rua”, explicou. Ahh, eu não contei algo antes. Seu Lucélio é muito inteligente. Conversa bem, se comunica com segurança. Ele sabe dar as respostas certas. É bastante convincente.  

Sendo assim, exame feito, cachorros tosados e limpos, chegou a hora de colocar o pé na estrada. Chegou a hora da tão aguardada viagem. Uma caminhonete com motorista e o veterinário, levaria os cachorros em segurança nas gaiolas próprias para o transporte. No outro carro iria, além de mim, o senhor a ser recambiado, o abordador e o motorista.

Nosso primeiro desafio foi o embarque dos cachorros. Precisou ser feito no centro da cidade, em horário de pico. E quem passava e não sabia o que estava acontecendo, entendia que estávamos levando embora os cachorros daquele senhor em situação de rua (mesmo que vissem o próprio dono dos animais, ajudando a embarcá-los). As pessoas têm tendência a tirar conclusões precipitadas e de acordo com o que preferem acreditar. Um advogado chegou a entregar o cartão de visita, caso aquele senhor precisasse de alguma ajuda.

Cães embarcados. O próximo desafio era embarcar os pertences do passageiro. Entre as gaiolas dos cachorros, foram colocadas diversas sacolas. Uma mala gigantesca ocupou todo o bagageiro do carro de passeio. Ainda tinha um carrinho de feira cheio de coisas, uma escada, outra mala gigantesca e mais sacolas. Afinal, nosso passageiro era um acumulador. Foi preciso achar outro carro. Assim que o carro chegou, com mais um motorista, aquele senhor embarcou com seus pertences. A previsão de saída oficial era às 14h. Saímos às 16h.

Pela estrada, aquele senhor empoderado, transportado em comboio aproveitou para adormecer no carro. Conversou, dormiu, acordou. Em certo momento: “Vamos parar para tomar um café!”, falou. Ele estava passeando. Enquanto isso, estávamos todos apreensivos com a viagem. Paramos. Fomos ao banheiro. Na saída, ele não quis lanchar naquele lugar, pois só tinha um atendente. “Lugar bom é lugar que atende bem. Vamos pra outra parada mais a frente”, ordenou. Sendo assim, partimos pra próxima parada.

Chegando lá, saiu do carro e já foi fazer o pedido. Um café com leite e um pão com manteiga na chapa. E ficou perguntando se não íamos pedir algo. Todos lancharam. No final, pegou nossa comanda e se dirigiu ao caixa. Ao me ver saindo da loja, gritou: “Menina, pega um chiclete pra você!”. “Não, moço. Obrigada, não precisa”, agradeci. Pegamos novamente a estrada até o destino final.

Na cidade natal, ele nos guiou até sua casa. Entramos em um bairro residencial, ruas de pedras, bem no estilo de cidade do interior. Paramos. Entramos em uma espécie de beco ou vila. Casas boas e um sobrado bem simples no meio. Dois andares apertadinhos entre duas casas. A casa estava abandonada há anos, mas sem nenhum vidro quebrado. Entramos na residência daquela cidade, pertencente a alguém que foi morar na rua de outra cidade.

Desembarcamos os cachorros e os pertences. Ele entrou na casa e nos chamou para mostrar tudo. Precisamos das lanternas dos celulares, já que não tinha luz na residência. Foi no segundo andar, voltou. Pegou um cobertor novo, de dentro de uma das caixas e estendeu para os cachorros deitarem. Dois ficaram, outro o seguiu até o lado de fora. Aquele senhor que vivia em situação de rua, escorou a porta de sua casa e foi procurar sua antiga companheira. De alguma fonte desconhecida, ouviu dizer que ela estaria em algum bairro que ele mesmo nem sabia onde era. Ele ficou na porta de casa, acompanhado dos seus cachorros, dizendo que ia procurá-la.

Voltamos daquela aventura. Saímos com sol a pino e quando voltamos, já era noite. Deixamos aquele morador de rua empoderado, inteligente e carismático em sua cidade natal, na esperança que mudasse de vida. Algumas semanas depois, ele estava de volta. Tarde da noite, recebi uma notificação e a foto. Aquele mesmo casaco verde. Cabelo e barba bem aparados. E várias coisas ao redor. Os cachorros? Ficaram em Cataguases. De acordo com ele, está só de passagem por Juiz de Fora. Notícias ele ainda manda. Com certeza está fazendo sucesso na cidade natal. E lá se vai quase um ano de uma das maiores aventuras da minha vida. Veremos as cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Mulher é assim mesmo



Mulher é assim mesmo.
Uma hora está feliz e na outra está triste.

Um dia está se sentindo a mais gostosa das galáxias
E no outro não quer nem passar na frente do espelho.

Mulher é assim mesmo.
Uma hora quer carinho
E na outra, te afasta.

Uma hora quer abraços
E na outra, quer distância.

Mulher é assim mesmo.
Uma hora a autoestima explode
E na outra, ela nem existe.

Mas, mulher é assim mesmo.
Uma hora te ama
E na outra, só parece que não te ama,
Porque ela continua te amando.

Mulher é assim mesmo.
Uma hora quer mostrar pro mundo
E a outra, quer guardar segredo.

Guardar segredo?
Mulher sabe que isso não é tarefa fácil.
Mas, mulher que é boa amiga, guarda segredo sim.

Mulher é assim mesmo.
É 8 e 80.
É sim e não.
É direito e esquerdo.

Mulher é assim mesmo.
Difícil saber o que estão pensando.

E é justamente por cada detalhe confuso,
Imprevisível,
Colorido e
Alegre,
Que fazemos a diferença por onde passamos.

quarta-feira, 7 de março de 2018

O professor Tempo: O que aprendi com a ditadura da beleza

Foto: Bárbara Ribeiro

Quanto mais o tempo passa, mais lições aprendemos. Lições boas e ruins... Lições para a vida inteira. 
O tempo me ensinou a amar a mim mesma. Amo a Deus acima de todas as coisas e para amar ao próximo como a mim mesma, precisava aprender a me amar de verdade. E tenho aprendido essa lição arduamente.

Aprendi que sou linda, não importa o que digam ou o que pensem. Aprendi que sou linda, mesmo quando olho no espelho e não gosto do que vejo. Mas sou linda porque fui sonhada e desenhada pelo criativo Criador. 

Aprendi que sou linda do jeito que sou. Isto não significa que eu não possa aperfeiçoar. O que é bom, sempre pode melhorar.

Aprendi que basta eu me amar, que tudo ao redor coopera. A roupa cai melhor, a pele fica mais reluzente e os olhos mais brilhantes. Até a maquiagem passa a ser mero complemento, e não uma obrigação.

Aprendi que uso cinta pra apertar a barriga e colocar tudo no lugar, mas também aprendi que posso ficar mais à vontade e confortável, afinal, não é a cinta que me deixa mais bonita, é o sorriso no rosto.

Aprendi que posso emagrecer se tiver a fim de sacrificar. Aprendi que engordei e não foi de propósito. Aprendi que posso não comer doce, que posso me controlar, mas também posso comer, pra ajudar a melhorar a TPM.

Aprendi que tem sacrifício que vale a pena e tem uns que não valem o estresse. Aprendi que sou livre, até o momento em que estou satisfeita comigo mesma.

Aprendi que faço dieta é pra ficar bem comigo e não pra agradar os outros. Aprendi que tem gente que prefere te ver infeliz magra, do que feliz acima do peso. 

Aprendi que a roupa que eu visto é pra me sentir poderosa pra mim mesma. Aprendi que não preciso me vestir como os outros acham que preciso me vestir só porque eles acham que fica melhor daquele jeito.

Aprendi que posso usar preto pra disfarçar ou estampado, pra aparecer. Aprendi que posso usar sombra preta com batom vermelho do mesmo jeito que posso sair na rua sem maquiagem.

Aprendi que não sou escrava do pensamento alheio, da última moda ou da maquiagem durante o dia.

Os anos me ensinaram que posso ser eu mesma e que não há nada de errado nisso. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Vamos falar sobre o Arrebatamento da novela da Record?

Todas as crianças sumiram durante o Arrebatamento.
Imagem da novela retirada do site Veja.com.br

"Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, 
assim será também a vinda do Filho do homem." Mt 24:27

Ontem, 6 de fevereiro de 2018, foi ao ar uma das cenas mais esperadas da novela "Apocalipse", da Record TV: o Arrebatamento. A ficção busca retratar os últimos dias em uma visão "pré-tribulacionista" (vertente que acredita que Jesus busca a Igreja secretamente primeiro, em seguida, acontece a Grande Tribulação e Ele volta novamente em grande glória, visível a todos). Eu, particularmente, creio nessa visão mas, de jeito nenhum, vou ousar a pensar como sendo a única proposta correta. Também não estou aqui para discutir se esta, ou aquela, que está certa. O que eu acredito, efetivamente, é que Jesus vai voltar (Ele prometeu e suas promessas nunca falham) e eu vivo a minha vida aguardando e vivendo para Ele. 

Voltando ao assunto da novela... A cena do Arrebatamento foi arrebatadora! Uma sequência enorme de cenas (cerca de 14 min), muito bem editadas e dirigidas e com efeitos especiais fantásticos! O que foram aqueles acidentes de helicóptero e de avião???!!
Mais uma vez, em uma cena esperada, a Record se superou. E o fato deles sempre nos prepararem para os grandes momentos, não perde o sabor... Podemos nos preparar para estar na frente da tela, esperando. Como foi com as pragas no Egito, a abertura do Mar Vermelho, as muralhas de Jericó e os homens da fornalha, mais uma vez, tinha data e hora para o público estar na frente na televisão. E a produção da novela cuidou de cada detalhe.

O Arrebatamento

Como alguém que passou a vida inteira ouvindo sobre o Arrebatamento e a a volta de Jesus, seja em palestras, pregações, músicas ou lendo a própria Bíblia, cada detalhe aconteceu ontem. Teve helicóptero, avião e carros desgovernados, porque os pilotos foram arrebatados. Teve gente aceitando Jesus de verdade, segundos antes do Arrebatamento. Teve gente "aceitando Jesus" e não sendo arrebatado. Tiveram aqueles que todo mundo já sabia que seriam arrebatados e teve sala de aula, berçário e parquinho vazios após o Arrebatamento, pois Jesus levou todas as crianças. E, claro, tiveram aqueles que foram "deixados pra trás", seja porque nem sabiam o que estava acontecendo, seja porque não criam que aquilo iria acontecer um dia. 

Depois da sequência de tirar o fôlego, surge na tela um Sérgio Marone imponente (diga-se de passagem, ele está perfeito nesse papel). Alto, bonito, com presença marcante, vaidade extrema, muita maldade e boa oratória, Ricardo Montana é um Anticristo perfeito. Lembrando que a novela é uma ficção baseada em vertentes teológicas que não são a verdade absoluta, não vamos discutir as origens do personagem também. Vamos nos ater à cena final do capítulo de ontem. O Anticristo olha diretamente para a câmera (achei ousado!) e diz: "Let´s begin! Agora sim, chegou a minha hora!" Li resenha de site que disse que podia ter passado sem essa cena. Gente!! Achei maravilhosa. Achei ousada! Achei tãããão "season finale, partiu pra outra temporada!" Até mesmo, porque a ideia é essa. Agora começa uma nova temporada. 

Ricardo Montana - o Anticristo - finalizou o capítulo do Arrebatamento
preparando o público para os próximos acontecimentos.

Imagem: notíciasdatv.uol.com.br

O que será de quem ficou? Será que vão entender que foi o Arrebatamento? Como irão reagir? E, principalmente, como será o governo do Anticristo na Terra? São as cenas dos próximos capítulos que vão dar um novo ritmo à novela. Agora começam mais cenas de ação, de violência, de suspense... efeitos especiais! Os cavaleiros do Apocalipse entram em ação e, com eles, todos os desastres. E aguardamos que a Record nos surpreenda novamente. 

Momentos, cenas, personagens marcantes

Alguns detalhes me marcaram nesse capítulo. Em primeiro lugar, o caso do Bruno, irmão da Talita... (acho que era esse o nome dele hahah). Ele já estava com coração quebrantado, pois passando perto da pregação, foi atraído e recebeu a salvação naquele momento. Não sabia nada sobre doutrinas e teologia. Ele simplesmente recebeu o Senhor Jesus de verdade e foi arrebatado naquele momento. Isso nos mostra que sempre é tempo. Oportunidades não nos faltam. É preciso correr para o Pai enquanto há tempo.

Zoey, a jornalista famosinha, é a outra personagem que me marcou nesse Arrebatamento. Algum tempo antes, em conversa com os pais, ela havia declarado que sentia saudades da igreja e sabia que estava em débito com o Senhor. Ela foi criada na igreja e era uma moça de fé e princípios. No entanto, a vida profissional e sentimental "engoliram" o tempo com Deus. Jesus já não fazia tanta diferença assim na vida dela. Consequentemente, enquanto o pai e a mãe subiram, ela permaneceu. Quem cresceu na igreja deve conhecer a frase: "Não vai subir pro céu na barra da saia da mãe".

Sobre a novela

Não acompanho "Apocalipse" como acompanhava "Os Dez Mandamentos I e II" e "Terra Prometida". Acho que até "O Rico e o Lázaro" eu vi mais do que a novela atual. No entanto, apesar dos problemas de bastidores (a autora - a sensacional Vivian de Oliveira - não tem muita liberdade de criar, pois os líderes da Igreja Universal interferem no trabalho), a construção dos personagens, como sempre nas obras de Vivian, foram muito bem feitas e culminaram no resultado do Arrebatamento. Contudo, os vários ambientes nos deixam um pouco confusos, assim como a história do serial-killer, especialmente para mim, que não acompanho diariamente a novela. Na minha opinião, a quantidade excessiva de personagens é um problema que às vezes, tende a atrapalhar as obras da autora. 

No entanto, a forma como Vivian de Oliveira consegue relacionar a Bíblia com a ficção, "explicando" para o telespectador como poderia acontecer determinada coisa, é muito interessante. Desde os "Os Dez Mandamentos" percebo essa sensibilidade em relacionar o texto bíblico ao texto da novela. Na minha opinião, nem os acréscimos atrapalham o contexto da Palavra de Deus. É só assistirmos a novela entendendo que aquilo é uma ficção BASEADA em texto bíblico. E "Apocalipse" é um enorme desafio. Cada um pensa de um jeito e ela teve que escolher um lado pra acreditar e investir nele. 


Enfim...

Como disse anteriormente, se vai acontecer ou não dessa forma, nós não sabemos. Só Deus sabe como serão os momentos finais. Mas de uma coisa sabemos: a Palavra de Deus está se cumprindo. O amor está esfriando. A violência está aumentando. Guerras e rumores de guerras estão aí... nação contra nação, filhos contra pais e pais contra filhos. Dói o coração ouvir as notícias.

Eu estou me preparando para a volta do Cordeiro, do meu amado Noivo, que irá me buscar para as Bodas Dele. E você? Está preparado(a)? A novela só deu um gostinho do que irá acontecer. Foi um alerta!






terça-feira, 31 de outubro de 2017

500 anos depois da Reforma. O que mudou e o que precisa mudar.


"Estes que têm transtornado o mundo, chegaram também aqui" Atos 17:06b

Porque eu amooooo pregar o Evangelho da graça, da justiça, da restauração, da santidade.
Em 31 de outubro de 1517, o monge Martinho Lutero, pregou, na porta da Igreja de Wittenberg, 95 teses que dividiriam o mundo. Talvez ele não imaginasse o que aconteceria, mas aquele ato teve um grande poder de transformação. A Palavra de Deus, sobre graça e justiça, foi tão forte no espírito de Lutero, que abalou o mundo inteiro. E, hoje, podemos comemorar 500 anos da Reforma Protestante.

O desejo de Lutero era saber como se alcançava o perdão de Deus. Naquele momento, a Igreja Católica vendia as indulgências, o "perdão de Deus". Ao ler a carta de Paulo aos Romanos, o monge foi confrontado, e viu que o que acontecia não era bíblico. Assim, escreveu seu texto chamando os homens ao arrependimento e denunciando as deturpações do Evangelho que estavam acontecendo naquele período. Em sua pregação, também enfatizava a salvação pela fé. A livre interpretação da Bíblia, até então proibida pela Igreja Católica, foi outro ponto importante nas transformações que Lutero provocou no mundo. O monge não desejava sair da Igreja, mas como não mudava suas opiniões, foi excomungado e expulso pelo Papa Leão X. 

Divulgação da Palavra de Deus

A máquina de Gutenberg, invenção recente na época, colaborou na divulgação do material luterano. Também possibilitou a impressão da primeira Bíblia, já que uma das grandes contribuições de Lutero foi a tradução da Bíblia do latim para o alemão. Isso deixou o cristianismo mais acessível e menos hierárquico, pois a Palavra de Deus agora estava disponível para mais pessoas. Assim, o protestantismo pode se proliferar na Europa. 

As grandes mudanças sociais

O protestantismo valorizava o trabalho e o acúmulo de riquezas. Isso libertou a burguesia das proibições eclesiásticas das práticas comerciais e bancárias. "A ética protestante e o espírito do capitalismo", do sociólogo alemão Max Weber, se tornou um clássico. 

A livre interpretação da Bíblia também pode ser compreendida como uma manifestação típica do individualismo do homem renascentista. 

A Reforma também atendeu a interesses políticos de príncipes de monarquias europeias que desejavam maior autonomia em relação à Igreja Católica. A Reforma Anglicana na Inglaterra, por exemplo, confiscou os bens da Igreja e do clero e o rei passou a ser o chefe da igreja.


Imagem do blog 
Cosmovisão Bíblica - discípulo historiado








De acordo com Lutero: "O melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando possui muitos homens bem instruídos, muitos cidadãos ajuizados”. A educação também sofreu transformações com a Reforma Protestante. 

Fontes: Vestibular.uol e Portal Metodista

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Dito isto, c
hegou o dia em que se completam 500 anos da Reforma Protestante. É para comemorar, mas também para refletir. Chegamos até aqui. Tanto a avançar, não somos dos que retrocedem na fé, mas precisamos voltar ao primeiro amor. Amor simples, da graça, da justiça, da fé, da esperança. Amor de Cristo. Amor Daquele que nos amou primeiro! 


A Igreja nos dias de hoje, diferente do que Paulo fala aos Romanos, tem se moldado ao mundo. Pensamentos moldados aos pensamentos do mundo. Não temos mais uma Igreja Católica tão forte e centralizadora como aquela, mas temos o espírito mundano que nos cerca todo tempo. 

Sinceramente, não sei se Lutero estaria tãããooo feliz com os resultados da Reforma hoje. Sim, temos uma liberdade que não existia. Liberdade de culto e de interpretação da Palavra de Deus. No entanto, muito precisa ser novamente reformado. Voltar ao primeiro amor e reformar a visão do Evangelho. Do Evangelho puro e simples de Jesus, do amor que Ele tem por nós e não pede nada em troca, a não ser nosso coração. Nossas vidas que devem ser entregues a Ele, não nossos bolsos. Ele não pede rituais, Ele pede um espírito quebrantado de um verdadeiro adorador. Ele não pede festas, congressos e grandes eventos, Ele pede a porta do quarto fechada e uma oração sincera. 

Lutero tinha o início de uma tecnologia para imprimir documentos que transmitissem aquela mensagem e mudou o curso da História. Nós temos televisão, rádio, computadores, internet e tudo mais que necessitarmos e não pregamos ou pouco o fazemos. Temos tanto a fazer ainda e tanto a mudar. Temos que nos preparar. Ele está voltando e somos nós que iremos preparar o caminho. Que possamos abrir uma nova fase na História da Igreja: a fase da Noiva imaculada que recebe o Noivo, Jesus Cristo. 


"Deus cria a partir do nada. Portanto, enquanto um homem não for nada, Deus nada poderá fazer com ele." 
Martinho Lutero

terça-feira, 5 de setembro de 2017

"Raising Hope" - comédia leve e deliciosa

"Raising Hope" foi transmitida pela Fox entre 2010 e 2014. Hoje está disponível na Netflix.

O que me faz trazer essa série para indicar para vocês é o fato de ser muito "leve". É deliciosa em vários sentidos. E tá na Netflix ;)

O seriado conta a história da família "Chance". Uma família com poucos recursos e nenhuma "noção". Jimmy é filho de Burt e Virgínia, um casal que engravidou na adolescência, cresceram juntos, mas não amadureceram. Moram de favor com a avó de Virgínia, mais conhecida por Maw Maw. Certa noite, Jimmy sai em sua van, para buscar um sorvete. No caminho, uma moça aparece correndo de um homem. Ela abre a porta, entra na van e Jimmy salva a jovem, levando-a embora. Ao parar o carro, passam a noite juntos. 

Pela manhã, na mesa de café, a moça levanta para ir ao banheiro. Naquele momento, a família descobre através do telejornal, que recebiam uma serial-killer e chamam a polícia. Meses depois, ela chama Jimmy na cadeia e revela que está grávida, condenada à cadeira elétrica e que ele deveria ficar com o bebê, quando chegasse a hora da condenação. E Hope chega na família, primeiramente com outro nome, que vou deixá-los saber qual é, assistindo a série. O problema todo começa pelo fato de que a família não estava preparada para receber um bebê, nem física, nem emocionalmente. E a evolução dessa "criação" é que norteia a história. 

Em cada episódio, algo acontece. Sempre somos surpreendidos. E na Netflix, é fácil maratonar o seriado. São quatro temporadas, cada uma com 22 episódios de 22 minutos, que passam rapidamente (acabei rapidinho). Os personagens interagem com outros, que complementam a história. Diversos temas são abordados e, mesmo com o tom de comédia, assuntos importantes, como racismo, Mal de Alzheimer, família e, principalmente, o amor, são colocados de forma delicada. 

Apesar das loucuras que acontecem durante a vida de Burt e Virginia, em especial na criação de Jimmy, a família se ama e não consegue se separar. Jimmy trabalha em um mercado, onde conhece Sabrina e os outros personagens e onde se passa boa parte dos acontecimentos. Cada ator dá seu brilho para a série. As atrizes (são gêmeas) que interpretam a Hope, são lindas, mas não vejo assim tanta graça. Percebemos os cortes que são feitos na edição para conseguir captar as reações da menina. No entanto, os outros atores são brilhantes. Tentei escolher um, mas não consegui. Cada um me conquistou de alguma forma.

É uma comédia sem a pornografia e palavrões exagerados que vemos por aí. É leve e inteligente. Para mim, lembra "The Middle" (que por não estar na Netflix eu acabei abandonando). Não posso contar muito. Assista e me conte o que achou. Se eu contar tudo aqui, perde a graça. E com certeza você irá rir e se divertir muito com "Raising Hope". 


sábado, 29 de julho de 2017

Eu preciso falar sobre "Mr Selfridge"

Jeremy Piven é Harry Gordon Selfridge no seriado que estreou em 2013.
As quatro temporadas da série da ITV estão disponíveis na Netflix.

Para aqueles que curtem o combo "seriado + de época + biografia" vão curtir "Mr. Selfridge". A Netflix e suas infinitas indicações de acordo com as nossas preferências, já me apontava esta série. No entanto, fiquei reticente. Achei que podia ser monótona e muito pesada para minha atual "preguiça mental" para seriados difíceis. 

Depois de uma longa caminhada por seriados de época e que possuíam mulheres como protagonistas (The Crown, Call the midwife, Land Girls, Outlander, The Paradise), finalmente me rendi àquela imagem de um homem poderoso em sua mesa de madeira maciça. E fui positivamente surpreendida. (Adoro quando isso acontece!) E eu "engoli" a série. Assisti um episódio após o outro das quatro temporadas e terminei rapidinho (infelizmente).

Curiosa que sou, entre um episódio e outro, acabei pesquisando sobre o magnata no Google e, é claro, como seria normal de uma biografia, recebi aqueles spoilers direto na face! Mas isso não me atrapalhou em nada. Mr Selfridge já tinha me conquistado.  Figurino, fotografia, cenografia. Tudo impecável! Os atores podem causar certa estranheza a princípio, mas vão se tornando naturalmente parte da nossa família. 


O seriado



Cada personagem traz lições únicas e importantes. Eles se formam e crescem a cada temporada.

Início do século XX, período de grandes mudanças: sociais, tecnológicas ou comportamentais, "Mr. Selfridge" consegue abarcar diversas vertentes. Harry Gordon Selfridge é um estadunidense, visionário. Em viagem à Londres, percebe que aquela cidade, com todo seu potencial, ainda não possuía uma loja de departamentos como a "Marshall Field", onde ele havia sido "formado" profissionalmente. Para você ver que Selfridge está presente hoje ainda, a frase emblemática "O cliente tem sempre razão" é atribuída a Selfridge ou ao seu patrão na Field. No entanto, seu instinto empreendedor, trouxe para a Inglaterra uma nova visão de negócios. Mega promoções e atividades artísticas e culturais eram realizadas na loja e faziam parte das estratégias para atraírem clientes. E publicidade. Ahhh! A publicidade era uma grande paixão de Selfridge, que gastava rios de dinheiro com publicidade em jornais de grande circulação.

A série aborda a vida profissional e pessoal de Selfridge, da ascensão à queda. Caso você pesquise no Google e assista a série, verá que existem algumas diferenças da história real. Porém, isso não abala em nada a qualidade do seriado. Portanto, não vou me ater a repetir o que você pode achar em outros sites. 

Além disso, em uma época em que as roupas eram produzidas artesanalmente e os produtos eram mantidos longe das vistas dos clientes, Selfridge lotava os estoques e deixava à mostra para que todos pudessem ver, tocar e, assim, escolher. A Selfridge´s era uma loja voltada para a classe abastada e, como estratégia, colocou departamentos femininos em evidência, assim como perfumaria e cuidados com a pele. Vitrines eram tão valorizadas por Selfridge, que existiam funcionários com dons artísticos especialmente contratados para pensarem na decoração de acordo com cada campanha ou promoção nova na loja.

O primeiro episódio mostra a inauguração da Selfridge´s e já surgem vários personagens que nos acompanham durante todas as temporadas. As histórias de cada um se misturam com a do próprio Selfridge ou de sua loja. Desde a questão familiar, as aventuras amorosas (que, até mesmo, interferiram nos negócios), a irresponsabilidade com jogatinas, até a forma inovadora de gerenciar a empresa e os funcionários. Os sentimentos são evidenciados e a história de cada um, de Selfridge, seus filhos, gerentes e vendedores, passa a ser envolvente e nos dá a deliciosa sensação de serem parte de nossas próprias vidas. Com sinceridade, quando terminei o seriado, senti muita saudade. 


Por que indico?

Jeremy Piven deixou sua marca e fez um maravilhoso Harry Gordon Selfridge.

Para as quatro temporadas, a passagem de tempo é de cerca de 20 anos, que perpassa diversos acontecimentos da História mundial, como a Primeira Grande Guerra e suas consequências sociais. A passagem de tempo também possibilita vermos as diferenças nos vestuários, maquiagem e no pensamento cultural da época.

Indico, primeiramente, porque sou uma apaixonada por História e esse seriado passa por vários temas interessantes, tais como: a questão da mulher na sociedade, a mudança nos pensamentos culturais com relação ao vestuário, à maquiagem, as consequências sociais de uma guerra, entre outros. Além disso, "Mr Selfridge" é muito bem produzido, com atores ótimos e um figurino impecável. 

A figura feminina também é colocada em evidência. Desde sua mãe, sua esposa, suas filhas, suas amantes, suas funcionárias e suas amigas, diversas personagens fortes e importantes passam pela vida de Selfridge. Apesar dos momentos que revelam a fraqueza de Selfridge diante de um "rabo de saia", também existem os conselhos das mulheres, que ajudam o empresário em vários dilemas. No entanto, ele também faz a diferença na vida de algumas personagens, como suas funcionárias, quando lhes oferece e possibilita oportunidades de crescimento profissional, em um momento em que a mulher era desvalorizada e só servia para ser dona de casa e mãe, ele valoriza a mulher como profissional. E isso é bem pontuado na série. 

Na série existe uma clara demarcação entre as mulheres que são "diversão" e as que "são levadas a sério" na vida de Selfridge. Personagens como a esposa Rosie, a mãe Lois, a amiga Lady Mae e as a funcionárias Agnes Towler, Miss Mardle e Kitty fazem parte do mundo "sério" feminino da vida de Selfridge no seriado. Cada uma com sua parcela de importância, seja na vida pessoal do magnata ou na rotina da loja. No caso das funcionárias, é interessante vermos a visão diferenciada que Selfridge possui diante de um período ainda machista da história. 

"Mr. Selfridge" me marcou em tantos níveis que é difícil descrever. Para mim, foi mais que um entretenimento qualquer. É entretenimento com aprendizado e reflexão. Assista "Mr. Selfridge" com olhar crítico. Mesmo sabendo que não é fiel à verdadeira história de Selfridge, as partes importantes, que revelam os erros e acertos desse homem visionário, estão ali para assistirmos. 


Alguns links interessantes, caso você deseje conhecer mais sobre o empresário que mudou a visão do comércio:

Vídeo produzido pela Selfridge´s com os atores de "Mr. Selfridge"

Texto interessante sobre a vida de Harry Gordon Selfridge

Texto sobre as diferenças entre a história real e a ficção (em inglês)


Assista e me conte suas impressões sobre "Mr. Selfridge".

E agora? Qual seriado você me indica??