terça-feira, 11 de novembro de 2014

Adnet, a imprensa e a hipocrisia do povo brasileiro

Alguns dias atrás, um paparazzo conseguiu seus momentos de glória. Flagrou o humorista Marcelo Adnet aos beijos, em uma rua do Leblon no Rio de Janeiro, com uma loira que não era sua esposa, Dani Calabresa. Os dois casaram em 2010 mas, atualmente, vivem separados pela ponte aérea Rio-São Paulo devido aos compromissos profissionais.

A foto rendeu notícias e rendeu, também, uma enxurrada de críticas da sociedade em relação ao comportamento de Adnet. Veículos que, normalmente, não relatam sobre a vida das celebridades, entraram no tema. A imprensa, em peso, noticiou o fato.

Adultério era considerado crime no Brasil até 2005. Hoje, é tema de novelas, filmes e seriados. As mesmas pessoas que “atiraram pedras” no artista são aquelas que assistem às programações recheadas de casais “pulando a cerca”.

Na Rede Globo, por exemplo, emissora do qual Adnet faz parte, todas as novelas possuem casos de adultério. Desde “Cobras e Lagartos”, em “Vale a Pena ver de novo”, passando por “Malhação”, até “Império”, novela da faixa das 21h. Todas retratam pelo menos um casal nessa situação. Ou são os vilões cheios de estilo ou os mocinhos e mocinhas que, sem querer (?!), se apaixonaram pelo cônjuge alheio.

E a mídia celebra esses personagens. Consequentemente, os telespectadores também. As revistas de fofoca enchem suas capas com as histórias de amor dos casais que, coitados, estão separados pelo casamento de uma ou de ambas as partes.

Enfim, o artista não teve um comportamento correto, é claro. Não disfarçou e cometeu a traição em plena rua de um bairro movimentado. No entanto, “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, exceto se o casal for público, como é o caso de Adnet e Calabresa, não é?

Não é bem assim. A imprensa exagerou na forma e na quantidade de matérias sobre o tema. Porém, a sociedade foi ainda pior. Foi hipócrita em criticar o casal da vida real, sentados no sofá da sala assistindo e torcendo pelos casais adúlteros da ficção. Enquanto é ficção, tudo bem. Mas quando acontece de verdade... Então não pode. Isso é hipocrisia, Brasil.

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