“E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz
perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a
esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado. Porque Cristo, quando nós ainda éramos
fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.”
Romanos 5:3-6
A partir do momento que aceitamos
a Cristo, passamos a ouvir Suas promessas para nossas vidas. A Bíblia diz que
os sonhos Dele são bem maiores que os nossos, sendo assim, passamos a sonhar
sonhos tão grandes que, muitas vezes, nós mesmos não acreditamos.
Mas, e quando o tempo passa e
essas promessas não se tornam realidade?
E quando você já começa a pensar
que não era sonho de Deus, mas, simplesmente, pensamentos humanos?
Os meses passam, os anos passam e
não conseguimos ver a luz no fim do túnel...
Esse estava sendo o meu
sentimento...
“Será que eu estou tão errada? Será
que não era Deus falando? Será que estou no caminho certo?”
Em meio ao turbilhão de
pensamentos, Deus separou um fim de semana especial para que Ele mesmo pudesse
se manifestar e responder meus questionamentos.
O convite para passar alguns dias
em Ibitipoca (MG) com amigos era irrecusável. Mas nossos horários eram
incompatíveis e eu não poderia ir junto com eles. Mas, eu queria ir. Algo me
compelia a estar naquele lugar. Passei a semana inteira buscando companhias
para que eu pudesse pegar a estrada. Tentei uma, duas, três pessoas... Perdi as
contas de quantas pessoas chamei. Uns não podiam, outros não queriam. Enfim...
Não desisti.
Até que no último momento,
consegui.
Pensei comigo mesma: “Ou estou
muito errada em insistir tanto ou Deus quer falar comigo.”
Era a segunda opção.
Aquele sábado foi algo único na
minha vida e creio que na vida de todos que lá estavam.
O Parque Estadual do Ibitipoca é
um lugar lindo. Cercado pelos “mares de morros” de Minas Gerais. É daquelas
experiências únicas na vida. Lugar para apreciar as belezas da criação do
Senhor.
São duas alternativas de trilhas.
Um caminho de cachoeiras e a trilha até a Janela do Céu. Decidimos ir até a
Janela do Céu. Do grupo, só uma pessoa sabia o que iríamos enfrentar. Aquele é
um caminho que, normalmente, as pessoas fazem quando chegam ao Parque bem cedo.
Chegamos no final da manhã.
A placa dizia: “6550m”. Um total de 13km, ida e volta.
Sabíamos que era muito. Mas,
ainda assim, criamos coragem e fomos. Afinal, é a famosa Janela do Céu.
Começamos a subir. Felizes da
vida, rindo e cantando. A trilha rochosa apresentava dificuldades, mas nossa
animação era maior. Os quilômetros iam ficando para trás e o cansaço, sede e
fome iam aumentando. Tínhamos um pouco de água para cada um, que dividimos em
nossa primeira parada. O lanche ia ficar pra depois. A primeira parada era um
mirante com uma enorme cruz de madeira. Continuamos subindo.
Parecia que não ia chegar nunca.
Passamos por outro mirante. Era o
ponto mais alto da caminhada. Mas ainda não era a esperada “Janela do Céu”. Era
um lugar muito bonito, onde víamos a continuação da trilha para o nosso
objetivo. Passamos, ainda, por uma gruta. O único lugar “fechado”, “protegido”,
em todo o caminho.
Seguimos em nossa caminhada.
Chegamos.
Um lugar lindo. Uma cachoeira que
terminava em um precipício... E dali temos a visão do parque. Podemos apreciar,
dentro da água, a criação do Deus Todo Poderoso. Era o nosso objetivo. Naquele
lugar, aproveitamos a água, lanchamos, tiramos fotos, oramos e louvamos ao
Senhor. Era hora de ir embora. O Parque tem horário para fechar.
Não esperávamos o que ia
acontecer na volta. Sabíamos que seria difícil, mas não tanto.
Já estávamos muito cansados.
Tínhamos nos alimentado pouco e com pouca água para beber.
A trilha com muitas pedras e
muita subida.
Não bastasse o cansaço e a
dificuldade na caminhada, começou a chover. Chover muito. Ventar muito. Nesse
caminho não existe lugar para se proteger. Teríamos que continuar caminhando.
Eu, como sempre, um pouco atrás do grupo. Devido às minhas limitações físicas,
falta de preparo e, principalmente, medo de escorregar nas pedras.
Com a chuva e o vento vieram
pedrinhas. Estava chovendo granizo. As pedras batiam com toda força em nós. A
roupa e tênis estavam encharcados. Uns começaram a se preocupar com os outros.
Alguns não tinham casaco, outros estavam com dor de ouvido e outros estavam de
chinelo. Mas, ninguém estava reclamando.
Paramos no meio do caminho. De
mãos dadas, em roda, pedimos a Deus que nos ajudasse e parasse a chuva. A chuva
foi diminuindo. O granizo parou e continuamos nosso percurso.
E foi nesse momento que Deus
começou a falar comigo...
Estava mais afastada do pessoal e
Deus foi falando...
- Tudo o que vale a pena, vale a
pena esperar.
- Tudo o que vale a pena, vale a
pena sacrificar.
- O caminho não será fácil. Terá
pedras, será instável. Será sacrificante.
- Haverá chuva, mas Sou Eu que
trago o sol.
- Em meio à chuva, ao granizo,
você pode olhar para o lado e observar a paisagem, a minha criação. Esses são
os milagres que faço durante a caminhada. Olhe para eles ao invés de olhar para
as dificuldades.
Dei uma pequena escorregada. E
Deus falou:
- Quedas ou quase quedas
acontecerão, mas a minha mão te sustenta.
Nesse momento, um casal de amigos
olhou para trás e me chamou para caminhar ao lado deles. Diminuíram o passo e
me esperaram. Deus falou:
- Vou colocar pessoas no seu
caminho que te ajudarão a cumprir meus propósitos, a alcançar seus objetivos.
- Sou eu quem indico e abro o
caminho.
- Nunca será fácil. Mas não
valeria a pena se fosse fácil. Existiam dois caminhos. Mas o caminho para
chegar até a Janela do Céu era o mais difícil. Vocês podiam ter escolhido o outro,
que era bonito também e bem mais tranquilo. No entanto, vocês escolheram esse.
E aqui, tive tempo e oportunidade de falar com vocês.
Foi um tempo de superação para
todos nós. De aprendizado. De viver no limite e romper limites. De experimentar
novas experiências, conhecer uns aos outros, provar a unidade do Espírito
Santo. Algo que só pode acontecer com irmãos em Cristo. Em meios às
dificuldades, ouvir Deus falar e ser usado por Ele. Foi uma experiência única,
encantadora, maravilhosa e inesquecível. Por tudo o que vivi em Deus, não podia
deixar passar em branco. Precisava compartilhar.
Ele está em todo o lugar quando nos permitimos ouvir
Sua voz.
Turminha animada |
Para chegar à Janela do Céu é preciso passar pela Cruz |
Parque Estadual do Ibitipoca - trilha rumo à Janela do Céu |
Na Janela do Céu - Parque Estadual do Ibitipoca/MG |